Dia Nacional do Combate às Fake News – 3 de abril

icon-calendar 3 de abril de 2019 icon-author Sérgio Cross

No calendário de datas especiais para celebrar o trabalho desempenhado pelos profissionais de Comunicação, 3 de abril passou a ser o Dia Nacional de Combate às Fake News. A data faz parte do calendário comemorativo de serviços de Comunicação Corporativa que são essenciais às empresas e instituições.

Na verdade, TODO DIA é dia de combater esta praga, que prejudica a humanidade desde que começamos a nos comunicar. As fake news extrapolam o noticiário e se transformam em uma doença social, que altera o comportamento das pessoas e afeta relacionamentos e põe em risco até a vida – basta ver as campanhas ordinárias deflagradas internacionalmente contra a vacinação, que insuflaram casos de várias doenças, como o sarampo.

Fake news provocam gastos públicos para orientar população.

Fontes duvidosas

Há quem entenda ser este um fenômeno dos tempos recentes, a partir da proliferação das mídias sociais, como Facebook, Instagram, Twitter e outras. Mas esses são apenas canais que tornaram o acesso à informação de um modo geral amplo e praticamente irrestrito para todos, independente de nível educacional, de renda ou social. Basta ter um smartphone conectado à web e pronto: qualquer um pode ler, ver um vídeo, ouvir um áudio sobre qualquer assunto, a qualquer hora, de qualquer fonte.

Aí está o perigo: ‘de qualquer fonte’…

As mídias sociais catapultaram anônimos e pseudocelebridades ao universo dos produtores e divulgadores de conteúdo, em boa parte gratuito, abrindo concorrência ampla com os restritos grupos de comunicadores, entre os quais, a imprensa tradicional, que nadava de braçada ao influenciar corações e mentes, se constituindo no ‘4º Poder’.

Ou seja, muita, mas muita, gente, passou a se manifestar e a conquistar seguidores/admiradores aos milhares com intervenções nem sempre transparentes ou embasadas em fatos – que são algumas das preocupações dos jornalistas que atuam com seriedade.

Site do Nexo – startups de conteúdo jornalístico contribuem para combater fake news.

Replicadores de fake news

Além de serem canais de recepção de informações de origem duvidosa, as pessoas passaram a ser replicadoras desses dados, graças a meios de comunicação gratuitos e instantâneos, como o WhatsApp.

O baixo nível educacional da população irriga este ciclo de informações dúbias, que acabam ganhando ares de seriedade e ditando comportamentos por vezes agressivos, pondo em risco histórias de sucesso de várias marcas, inclusive.

Fakes contra as marcas

O portal Meio & Mensagem cita alguns casos, como o da Ambev – a companhia precisou desmentir que carcaças de pombos estavam misturados na produção de cerveja; a Pepsi teve que esclarecer publicamente que jamais sequer planejou estampar suas latas de refrigerante com fotos do atual Presidente da República; a Pepsico teve que negar o lançamento de um salgadinho industrializado voltado apenas para mulheres; o McDonald’s sofreu vários anos os impactos da fake news de que seus hambúrgueres seriam produzidos com acréscimo de minhoca. E por aí vai.

Constantemente, as organizações têm que vir a público para desmentir o que taxam de fake news contra seus produtos, serviços, funcionários e dirigentes, fragilizando um relacionamento que deveria ser sólido com a sociedade em geral e com públicos de interesse direto – os stakeholders.

Como combater as fake news – produza e dissemine conteúdo

Produzir conteúdo e disseminá-lo é uma OBRIGAÇÃO de qualquer marca. Fazê-lo com profissionalismo e comprometimento com os valores da marca e em alinhamento com o interesse público é DEVER dos gestores das organizações públicas e privadas. Manter estreito contato e relacionamento com grupos idôneos, reconhecidos socialmente como produtores e divulgadores de conteúdo relevante e confiável são estratégias mandatórias – entre tais grupos, estão os jornalistas que atuam na imprensa tradicional e nas startups de conteúdo jornalístico sério que – ainda bem!! – começam a proliferar e podem inibir a disseminação de notícias falsas.

As marcas podem recorrer às agências de produção de conteúdo em busca de consultoria especializada em como se tornar relevante junto ao público-alvo e à sociedade em geral. “É preciso avaliar o histórico, a experiência dos profissionais envolvidos, os resultados obtidos, consultar os clientes da agência antes de selecionar para quem a organização irá passar esta atribuição de produzir e disseminar conteúdo relevante”, recomenda Janete Saud, sócia-diretora da Profissionais do Texto, fundada em janeiro de 1998. “O porte da agência é o menos importante nessa hora”, acrescenta.

Segundo ela, tanto a marca quanto quem produz conteúdo para ela devem possuir ou construir imagem de respeitabilidade, de integridade perante o público que receberá as mensagens, sejam jornalistas, influenciadores ou o consumidor de forma direta. “Produzir conteúdo de qualidade exige muito profissionalismo, conhecimento, feeling, segurança e alinhamento com os valores de cada marca; não é apenas modismo, não pode ter raízes amadoras. Quem recebe o conteúdo tem que reconhecer a credibilidade da fonte, neste caso, da marca e também da agência que o produz”, afirma.

Movimento internacional e educação

As fake news são uma preocupação mundial e uma das mais graves porque são reconhecidas como instrumentos eficazes para manipular a vontade popular.

Recentemente, no Brasil, uma das referências internacionais no assunto, o ministro do tribunal eleitoral mexicano José Luis Vargas Valdez, alardeou sua proposta de ser necessária a criação de parâmetros, bem como de uma instituição internacional que enfrente a proliferação das notícias falsas.

Investir no aperfeiçoamento do sistema educacional voltado a crianças, adolescentes e adultos também é um meio para melhorar a capacidade de avaliação de dados pela sociedade, bem como de estimulá-la a se mobilizar efetivamente contra os criadores e disseminadores de fake news.

E você? O que faz para combater as fake news?

 

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