Inteligência nos negócios envolve ações junto à imprensa

icon-calendar 22 de abril de 2018 icon-author Sérgio Cross

Observar como age (e reage) a imprensa é uma das formas mais adequadas para um gestor ou dirigente estruturar o discurso de uma empresa e as formas de interação com seus públicos de interesse. É um referencial muito útil, inclusive, para planejar projetos, lançar produtos e serviços e como comunica-los à sociedade – seja por campanha publicitária, ações promocionais, notícias na imprensa ou posts nas mídias sociais.

Gostos, opiniões, posicionamentos – fontes de informação à vontade

Ao ler, ouvir, acessar ou assistir o que é veiculado na imprensa todos temos acesso a uma maravilhosa fonte de informações, que podem ser compiladas, analisadas e transformadas em inputs para a gestão. Nesse manancial de dados, é possível pesquisar opiniões e posicionamentos de jornalistas, do público em geral, de públicos específicos, de formadores de opinião de variadas tendências sobre os mais interessantes – e mais superficiais – assuntos.

Relacionamento com a mídia = mais competitividade

Para que os resultados dessa ação sejam os mais completos e positivos para os objetivos comerciais e institucionais – a depender do caso –, o ideal é aliar esta análise dos dados a um serviço de Relacionamento com a Mídia.

Além de contar com equipe de jornalistas experientes para avaliar as informações obtidas na imprensa e transformá-las em conteúdo com valor agregado para os negócios, as companhias ganham em competitividade ao promover a interação constante com os jornalistas dos veículos de imprensa.

Esta aproximação traz resultados além da divulgação de informações de interesse da companhia. Ao estabelecer relacionamento profissional com jornalistas da imprensa, gestores e dirigentes de empresas passam a compreender mais assertivamente como conduzir o comportamento empresarial, a partir das reações desses profissionais às suas mensagens. E como os jornalistas de imprensa geralmente se pautam pelos interesses do público, este é um exercício muito vantajoso para os negócios.

Prejuízos para quem não faz a ‘lição de casa’

Certamente, você já notou que as companhias que não têm este cuidado em acompanhar o que se fala na imprensa costumam amargar sérios prejuízos à imagem de suas marcas e também financeiros.

Um dos mais recentes casos envolveu a Dove, fabricante internacional de produtos de higiene e beleza. Ela parece desconhecer o movimento mundial de combate ao racismo. Tanto é assim que, sem qualquer cerimônia, a companhia postou, em sua página do Facebook, uma peça de propaganda de um produto para banho. Nesta peça, uma mulher negra retira a camiseta e se transforma em uma mulher branca, dando a entender que o produto lavaria a cor da pele anterior.

Em reação, pessoas em várias partes do planeta disseminam um boicote à Dove. Para piorar, a modelo negra Lola Ogunyemi, que aparece na propaganda, veio a público e disse que não teria participado se soubesse como a campanha seria exibida.

Em terras locais, a Renault e seus comunicadores pisaram na bola ao julgar que poderiam reforçar estereótipos atribuídos pejorativamente a grupos de brasileiros, que nem sempre estão abertos a este tipo de ação. A montadora recebeu uma enxurrada de críticas ao divulgar campanha publicitária enfatizando que nordestinos são preguiçosos, cariocas são malandros e baianos são lentos.

Casos assim nos motivam a questionar: por que focar em aspectos negativos para atrair o público para seu produto, como fez a montadora francesa? Qual a competência dos gestores das companhias e dos profissionais de comunicação que atuaram nesses casos citados, afinal, não atentaram para a evidente reação negativa do público? Será que são alienados ao que ocorre no Brasil e no mundo?

Observe a imprensa, o que ela divulga, sobre o que ela opina e como se posiciona em relação à cobertura de cada tipo de assunto. Sua empresa só tem a ganhar.